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Setores econômicos apresentam crescimento mesmo diante da pandemia da Covid-19

15 maio 2021

As áreas de saúde, alimentação e imóveis tiveram crescimentos expressivos em 2020 Apesar da crise econômica que o Brasil enfrenta devido à pandemia da Covid-19, alguns setores conseguiram se manter firmes, com uma alta demanda do público e negócios em expansão. Saúde, alimentação e imóveis são algumas áreas em crescimento durante o período. Aproveitando o crescimento dos setores que estão inseridas, as empresas precisam estar atentas às mudanças de mercado, investir em uma boa relação entre a equipe, um bom planejamento estratégico e inovar o serviço ofertado para conseguir expandir os seus negócios.

De acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o número de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares no Brasil teve um crescimento de 0,5% no intervalo de 12 meses encerrados em outubro de 2020, representando um aumento de 255 mil vínculos em comparação ao mesmo período de 2019.

Atrelada ao crescimento do setor, a multiprofissional Clínica Somar, referência no tratamento do autismo está conseguindo expandir os seus negócios mesmo durante a pandemia. Com cerca de 13 diferentes áreas de atuação, com diversos profissionais, a clínica foi criada há 16 anos e já tem credibilidade no mercado.

A empresa possui três unidades (Torre, Boa Viagem e Olinda) e abrirá a sua quarta em Piedade, no segundo semestre, com investimentos de R$ 500 mil.

“Somos os pioneiros com várias técnicas e ciências aplicadas ao tratamento do autismo. A Clínica Somar mudou esse estilo de intervenção. Nessa pandemia tivemos um abalo financeiro, porque naturalmente as famílias acabam tendo que tirar as crianças da terapia, por diversos fatores, um deles é que alguém da família perdeu o emprego e não tem como manter uma responsabilidade financeira. Fizemos diversos cortes e pegamos dinheiro emprestado no banco, mas não mandamos nenhum profissional embora”, explica o sócio fundador e psicopedagogo, Victor Eustáquio.

O setor imobiliário também vem apresentando crescimento durante a pandemia. Em 2020, as vendas de imóveis cresceram 26,1%, para 119,911 unidades, de acordo com dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe). Já os lançamentos na área tiveram expansão de 1,1%, representando 113.191 unidades. Para 2021, a expectativa é de crescimento do mercado imobiliário entre 25% e 35%.

A Moura Dubeux, empresa nordestina do ramo de Construção Civil, atua em cinco estados da região: Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, há mais de 35 anos. No primeiro semestre de 2020, a construtora sentiu o impacto da pandemia da Covid-19, mas logo conseguiu se recuperar com a chegada da segunda metade do ano, finalizando 2020 com 10 projetos lançados e atingindo R$791 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV) bruto, um crescimento de 107% comparado a 2019.

“Quando as atividades retornaram no segundo semestre, o mercado imobiliário voltou por conta dos fundamentos que são o baixo estoque, taxa de juros baixa e o crédito facilitado, tudo isso ajudou para o mercado imobiliário ter um grande impulso. Além disso, as pessoas estão mais em casa devido à pandemia, e naturalmente acabam buscando ou uma moradia melhor ou uma segunda residência. Desde julho estamos tendo uma excelente performance de vendas”, explica o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar.

Outra empresa que está conseguindo manter os seus negócios durante o período é a Dibasa Elevadores, um empreendimento familiar pernambucano que tem 35 anos no mercado, trabalhando junto com o mercado imobiliário. Com o foco em manutenção, conservação e modernização de todo tipo e toda marca de elevador, a empresa tem cerca de 700 elevadores no Recife, Região Metropolitana e interior do estado, com 55 colaboradores.

“Em 2020 nós tivemos uma média de crescimento de 15%, devido a ideia que tivemos de tentar adquirir clientes novos trabalhando em cima de minimizar o custo deles com elevador. A gente dava alguns meses de cortesia, para ajudar, por exemplo, que o condomínio ficasse com um caixa para fazer outras coisas que estavam precisando, como compra de materiais de proteção individual, ou pagamento de algum tipo de dívida. A gente identificou essa necessidade dos condomínios, além de que, muitos dos condôminos não tinham condições de pagar o condomínio, então a inadimplência cresceu e a receita do condomínio diminuiu”, destaca o diretor da Dibasa Elevadores, Eduardo Costa.

A indústria de alimentos também não ficou para trás, em 2020, o setor faturou R$789,2 bilhões em exportações e vendas no mercado interno, superando 12,8% o número registrado em 2019, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA). O faturamento representa em média 10,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O volume de produção cresceu 1,8% comparado a 2019.

O Assaí Atacadista, rede de atacado de autosserviço com 186 lojas pelo Brasil, em 2020, registrou um crescimento de 30% do faturamento bruto da companhia comparado a 2019. No primeiro trimestre de 2021, a rede obteve um lucro líquido de R$240 milhões, dobrando de valor em relação ao mesmo período do ano passado. Para 2021, o Assaí prevê a abertura de 28 novas lojas em 2021 e mais 25 por ano até 2023.

“A companhia possui um forte planejamento de expansão orgânica e, ao longo do ano passado, inaugurou 19 lojas, em 10 estados distintos. Além disso, uma dessas novas unidades foi inaugurada em Caruaru. Atualmente, contamos com mais de 50 mil colaboradores em todo o Brasil e aqui em Pernambuco, temos oito unidades que empregam mais de 2 mil colaboradores. Para o segundo semestre, iremos inaugurar mais duas unidades na região, uma no Cabo de Santo Agostinho e outra no Recife, que irão gerar aproximadamente 500 empregos”, afirma o diretor regional do Assaí Atacadista em Pernambuco, Claudemir do Carmo.

Pioneira na produção de laticínios premium de ovelha no Norte e Nordeste, a DiPotenza Latteria foi criada a partir da ideia do empresário Nicola Pedulla Neto. A fábrica, localizada em Pombos, no Agreste pernambucano, começou a funcionar durante a pandemia.

“A liberação para começarmos a comercializar os queijos veio no início da pandemia, no ano passado. Quando foi liberado, fechou tudo e iniciamos o nosso delivery. Nós abrimos o nosso canal para o consumidor entrar em contato com a gente e fazer os pedidos, só que a demanda foi tão grande que quando os estabelecimentos começaram a reabrir, muitas lojas entraram em contato com a gente para revender os produtos e ter um ponto físico, então começamos a fechar parcerias e estamos seguindo em expansão”, detalha o empresário Nicola Pedulla Neto.

Na contramão das estatísticas

O setor de turismo aparece como um dos principais segmentos que sofreram com à pandemia da Covid-19. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de atividades turísticas teve um recuo de 36,7% em 2020, comparado ao mesmo período de 2019. Para retornar ao patamar visto antes da pandemia, em fevereiro de 2020, o turismo ainda precisa crescer 42,9%.

Apesar da queda brusca, algumas empresas conseguiram se destacar no setor, como é o caso do tradicional Dolphin Villa Hotel, localizado na Ilha de Fernando de Noronha. Criado em meados de 1999, o local tinha, inicialmente, 11 quartos e é pioneiro em hotelaria profissional na ilha. O hotel foi construído após o fechamento da pousada Esmeralda, primeiro hotel da ilha, fundado em 1982 sob o comando dos diretores do Dolphin, Luiz e Ducarmo Falcão. Atualmente, o hotel soma 22 apartamentos, em 5 categorias diferentes locados em um terreno de 12 hectares.

Em meio à pandemia, o hotel conseguiu uma taxa de ocupação boa com relação ao número de voos destinados à ilha. Durante o tempo de fechamento, por conta das restrições para conter o avanço da pandemia, algumas melhorias foram feitas. “Conseguimos fazer algumas reformas na época em que estávamos fechados e estamos com um projeto de crescimento que é fazer um restaurante mesmo nesse caos financeiro que estamos passando. Conseguimos comercializar o hotel todos esses meses de fechamento. É necessário não desanimar e ter sempre uma visão do que pode dar certo ou não”, afirma a empresária Fabiana de Sanctis.

Fonte: Folha de Pernambuco