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O empregador do atacarejo

23 dez 2022

No varejo, se existe uma empresa que não passou despercebida foi o Assaí. Colhendo os louros dessa exposição está seu CEO, Belmiro Gomes, eleito pela DINHEIRO o Empreendedor de 2022 no Varejo. Na companhia desde 2010, neste ano ele liderou um processo marcante de crescimento do atacarejo. Impulsionado por um momento promissor para o formato, Gomes elevou o Assaí à segunda maior empresa do varejo brasileiro, com faturamento de R$ 42,2 bilhões apenas nos primeiros nove meses. “Tenho como desafio sempre liderar pelo exemplo, incentivando que o crescimento da companhia seja o crescimento das pessoas que nela trabalham.”

Com 51 anos, ele carrega uma bagagem profissional grande dentro do setor. Antes da atual companhia, passou 22 anos no concorrente Atacadão, coordenando, inclusive, o processo de venda da rede para o Grupo Carrefour, em 2007. E, claro, o reconhecimento de 2022 é fruto de um trabalho que começou muito antes. Quando chegou ao Assaí o atacarejo era bem menor, contava com 11 mil funcionários e apenas 14 lojas. Ao longo dos 12 anos na companhia, sendo 11 deles como presidente, testemunhou e liderou o Assaí em etapas importantes de sua história. Em 2011 a empresa passou a ser um subsidiária integral do Grupo Pão de Açúcar, concluindo um processo iniciado em 2007, quando o GPA comprou 60% do Assaí.

Com as voltas do mundo e as estratégias das empresas, em 2021 foi concluída a cisão desse negócio, com o Assaí reportando diretamente ao francês Grupo Casino, que controla as duas companhias. Ano passado também marcou a entrada da empresa na B3 e Nyse, a bolsa de Nova York (EUA). “Foram dois anos de muito aprendizado em tornar uma companhia, até então subsidiária, numa empresa independente e que já nasceu como a segunda maior do País”, disse Gomes.

Enquanto tudo isso acontecia, a rede foi aumentando sua capilaridade, construindo e transformando mais espaços. Hoje, são cerca de 260 lojas. Em um cenário de alto desemprego, o Assaí também está entre as principais empregadoras do País. Atualmente são mais de 80 mil funcionários, sendo, aproximadamente, 22 mil contratados considerando a expansão deste ano. Essa responsabilidade como empregador é, na visão do CEO, sua “maior realização”.

Nessa trajetória recente, a compra de 70 pontos do Extra Hiper, por R$ 5,2 bilhões em 2021, também merece um capítulo à parte — ou parágrafo. O negócio possibilitou ao Assaí estar presente em zonas centrais de grande importância e adensamento populacional, somando à lista de 30 milhões de clientes mensais um novo perfil de público, moradores das redondezas do mercado e que não se caracterizam como clientes tradicionais desse tipo de estabelecimento.

Isso permitiu que fossem experimentadas novas proposições para o modelo atacarejo, tornando-o mais sofisticado, com mais serviços e variedade de produtos, saindo de uma média de 8,5 mil itens para 10,5 mil, sempre com o desafio de manter os preços competitivos que fazem o formato tão popular. Para o executivo, esse foi um “movimento que alterou a configuração do setor de varejo e atacado brasileiro, posicionando o Assaí como uma marca ainda mais presente no dia a dia da população”.

DESEMPENHO Não apenas de mais lojas vive um bom negócio. Além da expansão, Gomes e o Assaí conseguiram manter resultados operacionais positivos em um ano no qual a inflação aumentou e os carrinhos ficaram mais enxutos. A receita bruta de R$ 42,2 bilhões nos primeiros nove meses representou crescimento de 28,2% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O resultado é creditado às novas lojas, ganho de market share e desempenho de vendas na mesma loja, que cresceu 9% no terceiro trimestre de 2022. Tudo isso feito com um investimento de R$ 3,2 bilhões (no período janeiro-setembro), o dobro do mesmo período de 2021.

Em um ano agitado, além de administrar esse negócio bilionário em pleno processo de crescimento e transformação, acumulou milhas com as viagens para acompanhar as inaugurações das lojas e entrou no conselho de administração do Assaí. Mas o trabalho não para. Em 2023, as aberturas continuam e o desafio de alcançar os R$ 100 bilhões em faturamento até 2024 fica cada vez mais perto.

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