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Assaí é a melhor empresa do ramo de Comércio Varejista do Valor 1000

06 set 2022

Depois de alcançar bons resultados em 2020, com crescimento de 28,3% na receita líquida, para R$ 35,9 bilhões, a rede Assaí Atacadista continuou melhorando seus resultados, mesmo com as restrições impostas pela pandemia. No ano passado, a companhia registrou receita líquida de R$ 41,9 bilhões, um incremento de 16,5% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre deste ano, a receita consolidada chegou a R$ 24,7 bilhões, um aumento de R$ 5,3 bilhões em relação ao mesmo período de 2021

O desempenho das vendas em 2021 não foi o maior do setor – a rede ficou em terceiro lugar, atrás do Carrefour e do GPA, mas sua classificação nos demais indicadores a tornou campeã no setor de Comércio Varejista no ranking do Valor 1000. Na listagem das mil empresas, está na 25ª posição.

Nascido em 1974, em São Paulo, para abastecer pequenos transformadores de alimentos, o Assaí é hoje uma empresa do grupo francês Casino, listada na B3 e na Bolsa de Nova York e tem 221 lojas, das quais 33 foram abertas nos últimos 12 meses. A meta é chegar a 260 em 2022, com faturamento de R$ 60 bilhões, valor que em 2024 pode se aproximar de R$ 100 bilhões.

“A principal alavanca que traduz o sucesso do Assaí é a eficiência operacional que conseguimos proporcionar. A gente consegue adequar o sortimento à necessidade da região, seja por questões socioeconômicas, seja por aspectos culturais. Uma loja em Curitiba (PR), por exemplo, e outra em Rio Branco (AC), têm demandas distintas entre si”, afirma Wlamir dos Anjos, vice-presidente comercial e de logística da empresa. Segundo ele, as diferenças entre as unidades da rede existem até em termos de tamanho e de estacionamento.

Outro exemplo de conhecimento regional que leva à assertividade, segundo o executivo, é sua presença em Minas Gerais. “Começamos com uma loja em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A segunda foi em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Naturalmente, os hábitos, os fornecedores e os costumes do Triângulo Mineiro são muito diferentes da Grande BH”, diz Anjos.

A sustentação da estratégia da regionalidade se dá por meio de 12 escritórios, que são como minissedes da rede e estão espalhados pelo Brasil e dos 13 centros de distribuição. Aliás, no que se refere à distribuição pelo território nacional, o Assaí está presente no Distrito Federal e em 23 Estados. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo são os únicos que ainda não têm unidades da rede.

A ideia era que a abertura de lojas por lá ocorresse neste ano, mas a estratégia em 2022, por ora, está direcionada à ativação dos 70 pontos comerciais adquiridos do Extra Hiper, explica o executivo. Os primeiros do tipo foram inaugurados em julho: Ceilândia (DF) e Campina Grande (PB), que, juntos, adicionaram 11 mil metros quadrados na área de vendas. O total já ultrapassa um milhão de metros quadrados.

No fim de 2020, o Assaí passou por um processo de cisão do Grupo Pão de Açúcar (GPA), encerrado no primeiro trimestre de 2021 – foi com a compra de uma participação de 60% da companhia, pelo GPA, em 2007, que o Assai entrou para o segmento de autosserviço. Quatro anos depois, se tornou subsidiária integral do GPA até o ano passado, quando cada companhia passou a operar de forma independente, com reporte direto ao grupo Casino.

A ativação das unidades do Extra Hiper vem na esteira deste movimento. “Entendemos que fazia todo sentido adquiri-las porque, estrategicamente, estão muito bem localizadas. Nas grandes cidades, a maioria das lojas está protegida pelo mercado imobiliário. Dependendo do município, você leva de dois a cinco anos para aprovar um ponto comercial”, argumenta Anjos.

A eficiência da localização, de acordo com o executivo, está no fato de que essas unidades do Extra Hiper estão em regiões mais distantes dos estabelecimentos do formato cash & carry, segmento do qual o Assaí faz parte – e que é popularmente conhecido como “atacarejo”. “Com a ativação desses hipermercados, conseguimos evitar que os clientes de regiões onde não estávamos presentes precisem se deslocar a outros bairros para encontrar um modelo cash & carry”, explica.

Dos 70 pontos adquiridos, 40 serão convertidos ainda neste ano e os demais ficarão para 2023. Neste segundo semestre, a prioridade está na região Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com essa perspectiva de expansão, o Assaí prevê gerar mais de 12 mil postos de trabalho – atualmente a rede emprega cerca de 60 mil colaboradores.

Em meio a processos seletivos de grande número de pessoas –mque ocorrem por meio de entrevistas presenciais e remotas com RH próprio, espalhado pelo país e em parcerias com diversas instituições –, há uma premissa da qual a administração da empresa não abre mão: a transmissão da cultura da empresa. “Habilidades e conhecimento técnico, se a pessoa não tem, a gente consegue transmitir, independentemente do cargo. Mas, mais do que isso, queremos disseminar nossa cultura, desde a alta liderança até o piso de loja”, afirma Anjos.

A noção dos valores da companhia é repassada aos funcionários principalmente por meio do desenvolvimento que acontece na Universidade Assaí, uma escola corporativa que oferece cursos de capacitação, sobretudo para cargos de liderança. Ainda em relação ao quadro de colaboradores, a inclusão social “faz parte do DNA” do Assaí, de acordo com Anjos. Ele destaca alguns exemplos: do total de funcionários, 3.200 são pessoas com deficiência e, também em meio ao quadro geral, 66% dos colaboradores se declaram pretos ou pardos (dos quais 45% estão em cargos de liderança).

Ainda na linha das boas práticas, o Assaí doou mais de 1.300 toneladas de alimentos no ano passado, entre frutas, legumes e verduras (FLV).

A empresa é signatária do “Pacto pelos 15% com fome”, uma iniciativa da Ação da Cidadania que reúne entidades da sociedade civil e organizações de diversos segmentos na luta contra a insegurança alimentar. Para cumprir outros compromissos com a agenda ESG, a empresa anunciou no ano passado a migração do abastecimento energético de suas lojas para o mercado livre de energia. Atualmente, mais de 90% dos estabelecimentos da rede utilizam matrizes energéticas 100% renováveis provenientes das fontes eólica, solar, biomassa e de pequenas hidrelétricas.

Do ponto de vista da digitalização, a companhia anunciou, em fevereiro, uma parceria com o Rappi. Por meio de um projeto-piloto, que começou em sete lojas de São Paulo, os clientes podem fazer as compras via aplicativo de entregas e receber os itens no endereço cadastrado na plataforma. O fortalecimento do e-commerce começou em setembro do ano passado, quando o Assaí fez parceria com a Cornershop by Uber. Com a iniciativa, consumidores situados em mais de 25 cidades (tais como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Cuiabá e Curitiba) podem fazer compras pelo app Cornershop ou por meio da funcionalidade Mercado, disponível no Uber e Uber Eats, sem limite mínimo para a transação. O objetivo é que as soluções on-line proporcionem ao Assaí um olhar mais preciso sobre seu público e as necessidades dos consumidores diante do portfólio do atacadista.

FONTE: VALOR ECONÔMICO