No embalo da discreta melhora da atividade econômica, o ABC registrou, em 2018, o primeiro saldo positivo na criação de postos de trabalho com carteira assinada desde 2013. A região gerou 8.953 vagas formais no ano passado, como resultado de 257.145 admissões e de 248.192 desligamentos.
Os dados integram o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem (23), pelo Ministério da Economia.
O primeiro resultado positivo depois de quatro anos de retração no estoque de empregos é também o melhor desempenho desde 2013, quando foram geradas 9.530 vagas.
O saldo de 2018, contudo, poderia ter sido maior não fosse o fechamento de 4.851 postos de trabalho em dezembro, como é comum para o último mês do ano. O resultado interrompeu cinco meses consecutivos de criação de empregos formais.
A sazonalidade típica do mês passado refletiu-se no desempenho da indústria (fechamento de 2.205 vagas), dos serviços (-2.424) e da construção civil (-335). No sentido contrário, o comércio gerou 161 postos de trabalho.
O fechamento de vagas refletiu os movimentos sazonais de ajuste no quadro de pessoal da indústria depois de atendidas as encomendas de final de ano, de paralisação de obras na construção civil devido às chuvas e do encerramento do ano letivo nos serviços de educação.
SERVIÇOS LIDERAM
No acumulado do ano, porém, os serviços deram a principal contribuição para a alta do emprego nos sete municípios, com a abertura de 7.088 vagas, ou 79,2% do total.
O desempenho foi puxado, principalmente, pelo aumento da ocupação nos segmentos de serviços prestados às empresas (criação de 1.805 vagas), serviços médicos e veterinários (1.792) e alimentação (735).
No comércio, houve geração de postos de trabalho tanto no varejo (1.091) como no atacado (576), como resultado da inauguração de vários estabelecimentos, como o hipermercado Sonda (São Bernardo) e os atacadistas Bem Barato (Diadema), Assaí e Roldão (ambos em Santo André), entre outros.
A construção civil, por sua vez, criou 2.384 vagas no ano passado – desempenho puxado, sobretudo, por São Caetano.
Em contrapartida, a indústria voltou a reduzir o estoque de empregos no ABC pelo sétimo ano seguido, com o fechamento de 1.585 vagas.
Embora seja negativo, o resultado é o melhor desde 2011, quando foram criados 4.518 postos de trabalho.
O saldo reflete a recuperação mais lenta do que o esperado da economia, que freou a atividade industrial. Também contribuiu para o desempenho ruim a crise na Argentina, principal parceira comercial da região, com reflexo nas exportações. Só no setor automotivo e de autopeças foram fechadas 578 vagas.
Fonte: https://www.diarioregional.com.br/2019/01/24/apos-cinco-anos-abc-volta-a-gerar-empregos-com-carteira-assinada/